**************** EU ******************

Vou com um passo como de quem vai parar
Pela rua vazia
Nem sinto um mal como mal estar
A vaga chuva fria...
Vou pela noite da indistinta rua
Alheia ao anda e ao ser
E a chuva leve em minha face nua
Orvalha de esquecer...
Sim, tudo esqueço, e pela noite sou
Noite também
E vagarosa eu vou
Como fantasma de magia
No vácuo que se forma de eu ser eu
E da noite ser triste
Meu ser existe sem que seja meu
E anónimo persiste...
Qual é o instinto que fica esquecido
Entre o passeio e a rua ?
Vou sob a chuva, amarga e diluída
E tenho a face nua