Meus Sonhos, meus nadas…

 

A noite afaga-me a pele e o olhar

E o silêncio mantém-me assim,

Demasiado perto do vazio, do nada

Embalo-me embriagada pelo cansaço

E deixo-me

Largo-me de mim mesma

Deixo que a minha mente

Converse com o meu ser

E a minha alma conversa com o meu corpo

E assim

Entre o tempo desmedido

Meus pensamentos tropeçam entre si

E no esconderijo do inexistente,

O caminho que eles percorrem é torto

Ai quem me dera

Ter nascido Anjo

E ver brotar a flor

Ai quem me dera percorrer estrelas

E ter uma manhã feliz

Ai quem me dera

Uma estação de Amor

E tanto clarão nas trevas refulgiu

O beijo na boca

Que me queimava

Era o sol

Que os pensamentos

Longe deslumbrava

Igual a tanto sol

Que me fugiu

Mas esta tristeza

É  menos dor intensa que a frieza

É tudo sempre

O mesmo eternamente…

Sonhos

Pensamentos

Lago plácido, dormente…

E os dias,

Esses!

Sempre os mesmos a correr…